sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Municípios dizem que há milhões de metros cúbicos de água pagos e não consumidos em Portugal

MCP - Movimento Cidadãos por Paredes: Também os cidadãos de Paredes, são obrigados a pagar água que não consomem e... por culpa das Câmara Municipais, no caso, a de Paredes!!!


O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Manuel Machado, disse esta terça-feira que em Portugal, anualmente, as autarquias pagam milhões de metros cúbicos de água que não consomem, devido aos contratos "leoninos" existentes.

"Há milhões de metros cúbicos que estão a ser faturados ou debitados pela empresa estatal [Águas de Portugal] ou pelos sistemas multimunicipais. Em resultado desses contratos leoninos, há milhões de metros cúbicos que anualmente são pagos e que não são fornecidos", disse Manuel Machado, em conferência de imprensa convocada durante a reunião do Conselho Diretivo da ANMP.

O presidente da associação que representa os municípios nacionais adiantou que, "ainda por cima", os milhões de metros cúbicos referidos "são pagos duplamente".

"São pagos ao não serem fornecidos e ao mesmo tempo são contabilizados para efeitos de tratamento de resíduos de saneamento", frisou.

A situação, que Manuel Machado classificou de "incompreensível", esteve em debate na reunião de hoje e foi comparada pelo líder da ANMP aos contratos das autoestradas sem custos para os utilizadores (ex-scut).

"Isto processa-se através de contratos que foram firmados, contratos leoninos, que decorreram da negociação inicial aquando da criação de sistemas multimunicipais em que é fixado um montante mínimo, uma quantidade de consumo mínimo", faturado mesmo que não seja consumido, explicou.


Fonte: Jornal de Notícias

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Setor da água, saneamento e resíduos é "bomba relógio" que ameaça futuro

Associação MCP: A água é um património de todos e não só de alguns. Ela deve ser bem gerida, mas em prol da comunidade. Privatizar ou concessionar os serviços de abastecimento de água, só serve para dar lucro a alguns e prejuízo para todos os restantes. Por isso defendemos a sua não privatização.


O presidente do Conselho de Administração das Águas de Portugal alertou, esta quarta-feria, para a insustentabilidade do setor, afirmando que é uma "bomba relógio" que pode pôr em causa os serviços num futuro próximo.

"Infelizmente mantêm-se problemas no setor que carecem de resolução urgente: a sustentabilidade diferencial anual de mais de 700 milhões de euros. As tarifas não cobrem os custos. Temos uma bomba relógio que a não ser resolvida faz com que possa estar em causa os serviços num futuro próximo", frisou Afonso Lobato de Faria.

O responsável falava na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, onde foi ouvido sobre a proposta de lei dos serviços municipais de abastecimento público de água, saneamento e gestão de resíduos sólidos urbanos.

Reafirmando que o setor "está insustentável" e tem de ser equilibrado, Afonso Lobato de Faria defendeu que são precisos "muitos investimentos" porque "as ineficiências começam a aparecer, como as perdas de água", que rondam atualmente cerca de 40%.

Para o presidente da AdP, o país tem ainda um excesso de entidades gestoras, cerca de 500, quando "deveria ter não mais de 50 entidades".

Outro problema a ser resolvido prende-se com a equidade porque Afonso Lobato de Faria considera ser injusto que os portugueses que moram no interior tenham de "pagar um preço muito superior" em relação a quem vive no litoral.



Fonte: Jornal de Notícias