Movimento Cidadãos por Paredes denunciou ilegalidade no estacionamento público
“Isto é um roubo, uma canalhice”
Na passada segunda-feira, o Movimento Cidadãos Por Paredes (MCP) chamou os jornalistas para uma conferência de imprensa em plena Rua Dr. José Barbosa Leão, na cidade de Paredes. O mote para o encontro com a imprensa foi o parqueamento na cidade.
José Henriques Soares, líder do MCP, começou por justificar a intervenção do movimento com o facto de não existir "quem zele pelos interesses dos cidadãos de Paredes". Soares afirmou que, desde que foi assinado o contrato de concessão do estacionamento na cidade de Paredes, apenas aumentou o tarifário praticado o número de parquímetros instalados. "Quando os parquímetros eram explorados directamente pela Câmara o tarifário era de 30 cêntimos por hora, agora é de 65 cêntimos por hora", afirmou Soares, que não tem dúvidas que este aumento se deve a "um favor que a Câmara fez a uma empresa privada para que esta possa mais que duplicar o preço". O ex-chefe de Gabinete de Celso Ferreira e ex-adversário no PSD acusou a Câmara de encerrar o Largo da Feira ao estacionamento para obrigar os cidadãos a utilizarem o estacionamento pago. Segundo Soares, isto foi "uma exigência da empresa privada que a Câmara aceitou", porque "a ideia que transparece é que sempre que a empresa privada quer um aumento de tarifário, a Câmara faz. Sempre que lhe pede para meter mais máquinas a Câmara faz".
MCP poderá avançar com queixa-crime
Para o dirigente do MCP, o aumento é muito superior ao anunciado. Na verdade, segundo José Henriques Soares, os parquímetros cobram como valor mínimo 20 cêntimos por 15 minutos, o que faz um total de 80 cêntimos por hora. "Eu matematicamente não percebo isto. Porque é que a Câmara deixa que isto seja feito aos cidadãos de Paredes?", questionou. Por isso, o MCP "vai ponderar dar conta disto ao Ministério Público, porque isto é um roubo, uma canalhice que está a ser feita aos cidadãos de Paredes, com a bênção da Câmara".
"Se calhar nunca houve intenção em construir um parque de estacionamento"
Outro dirigente do MCP, Sandro Rocha, defendeu que a concessão do estacionamento "é mm negócio totalmente ruinoso para o concelho de Paredes". Para este jurista, "o executivo tem a obrigação de explicar porque é que assinou um contrato que é prejudicial para o munícipe".
Sandro Rocha acredita que, como anda não foi construído o parque de estacionamento, há um incumprimento do contrato de concessão. Por isso, diz Rocha "parece-me que a Câmara tem aqui fundamento para proceder à resolução do contrato". Sandro Rocha vai mais longe e afirma que a empresa privada "se calhar, nunca teve intenção alguma em construir qualquer parque de estacionamento".