sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PAREDES
Comissão instaladora foi apresentada na segunda-feira.

Movimento de Cidadãos vai lutar contra “taxas ilegais” de água e saneamento

Nasceu em Paredes um movimento de cidadãos para cidadãos que diz pretender esclarecer a população e ajudá-la a lutar pelos seus interesses. O Movimento de Cidadãos por Paredes (MCP), que em breve se constituirá como associação, já tem uma comissão instaladora que foi apresentada na passada segunda-feira e travará a primeira luta em torno do negócio da água no concelho, adiantou José Henriques Soares, ex-presidente do Núcleo Paredes Cidade do PSD e um dos mentores deste Movimento. "Os cidadãos de Paredes têm sido maltratados pela Veolia, para não dizer por outra entidade.
 Não é justo que sejamos um dos únicos concelhos que continua a cobrar as taxas de ramais de água e saneamento. Queremos pôr um ponto final nisso", explicou o ex-chefe de gabinete do presidente da Câmara de Paredes.
Nesse sentido, o primeiro passo será o estabelecimento de uma parceria com a ACOP – Associação de Consumidores de Portugal para depois fazer entrar no Tribunal Administrativo de Penafiel uma providência cautelar para obrigar a empresa concessionária das águas de Paredes a retirar dos seus regulamentos "estas taxas ilegais" e devolver o dinheiro a quem estas foram cobradas.



Objectivo é lutar pelos interesses da população

Cerca de sete dezenas de cidadãos assistiram, na segunda-feira, à apresentação da comissão instaladora do MCP. Seguir-se-á a constituição dos estatutos da Associação para depois, num prazo máximo de um ano, se eleger uma direcção. Foi Sandro Rocha, um dos membros da comissão, quem adiantou a primeira luta a ser travada – a água, falando do "secretismo" das negociações com a Veolia, da constituição de um contrato que prevê a cobertura de todo o concelho quando existem freguesias com os seus próprios sub-sistemas, dos quais não querem abdicar.
E será este o objectivo do MCP: ajudar as pessoas a enfrentar este tipo de monopólios. No que toca à água, realçou José Henriques Soares na sua intervenção, já se fala na possibilidade de privatização, algo que os cidadãos devem impedir a todo o custo. "Já basta as lutas que temos que travar contra esta forma camuflada de privatização a que muitas autarquias deram cobertura - as concessões a longo prazo -, que usam os mais perversos métodos de ameaça para impor a sua lei", sustentou. Enfatizando que cabe aos cidadãos mobilizarem-se para defender os seus direitos, o actual funcionário da Câmara de Paços de Ferreira realçou que as taxas de ramais de água e saneamento são ilegais e continuam a ser cobradas pela Veolia "com a bênção" da Câmara de Paredes.
Na sessão marcou presença Paulo Morais que falou da situação económica e política actual, acentuando que a pior crise é a da democracia. O ex-vice-presidente da Câmara do Porto falou da promiscuidade existente entre as estruturas políticas e empresariais e da corrupção, que torna hoje a política numa "megacentral de negócios", realçando a importância de se criar movimentos de cidadãos para lutar contra tudo isto.

Movimento pode dar origem a candidatura à Câmara

Para os mentores deste Movimento, a Câmara devia actuar como uma "almofada" para os cidadãos, sobretudo nesta altura de crise. E devia ter cumprido a obrigação de, "suspender esta taxa ilegal da Veolia. "A Câmara tem esse poder mas não o fez, não se importa com os seus cidadãos", critica José Henriques Soares, adiantando que o Movimento poderá entrar, muitas vezes, ao confronto com a Câmara, na defesa dos interesses da população.
Questionado sobre se o MCP pode vir a adquirir um carácter político, o militante do PSD, deixou claro que a Associação constituída seguirá o seu próprio caminho. "Mas isso não quer dizer que não existam aqui pessoas que sintam que valha a pena apostar noutro caminho, muito mais político, e, eventualmente, numa candidatura à Câmara. Isso não está excluído", garantiu. "Estamos cansados, e eu pessoalmente, do show-off que a Câmara tem feito", concluiu.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Apresentação pública da Associação MCP

Foi apresentada publicamente a 23 Janeiro 2012 a Comissão Instaladora da  "Associação MCP - Movimento de Cidadãos por Paredes".

Decorreu ontem ao final da tarde no Paredes Hotel Apartamento, o ato público de apresentação da Comissão Instaladora da "Associação MCP - Movimento de Cidadãos por Paredes", associação a constituir formalmente em breve.

Os elementos constituintes desta comissão são oriundos das várias zonas geográficas do concelho e provêm de diversas áreas profissionais, visando com isto dar amplitude e abrangência ao movimento.

Este momento contou com o "apadrinhamento" do Dr. Paulo Morais, Docente da Universidade Lusófona e ex. Vice Presidente da Cãmara Municipal do Porto. 

Intervenção de José Henriques Soares, mentor deste projeto, na sessão de ontem:

"Muito boa noite a todos,

Antes de mais um agradecimento pessoal e especial a todos vós por terem aceitado o convite, que de uma forma, ou de outra, vos formulei:

- Àqueles, cidadãos deste e outros concelhos, que aceitaram testemunhar este momento;
- Àqueles, cidadãos deste concelho que aceitaram o meu convite para pertencerem à Comissão Instaladora desta nova associação que se constituirá formalmente em breve;

- Ao cidadão Paulo Morais, amigo de algumas lutas passadas e certamente futuras, por aceitar “apadrinhar” esta apresentação.

Permitam-me também individualizar aqui uma outra pessoa que aqui está, o Dr. Humberto Brito, mentor do Movimento 6 de Novembro, de Paços de Ferreira, pelo apoio, amizade e colaboração que tem emprestado a este nosso objectivo.

Há vários anos que partilhava com alguns amigos próximos, a vontade de criar condições para o aparecimento de uma associação de cidadãos da nossa terra que servisse, de facto, os interesses dos cidadãos e os pudesse ajudar naquilo que são as suas dificuldades, a sua falta de informação e outras condicionantes do seu dia a dia.

Reporto-me àquilo que o estado define por serviços e/ou bens essenciais, a prestar ao cidadão, entre eles a energia, a electricidade, a água, etc, que múltiplas vezes, por se tratar de monopólios, infringem as mais básicas regras de respeito pelos cidadãos, acarretando-lhes sérios prejuízos, materiais e não materiais. Nestes casos, a defesa individual sai sempre mais cara, do que aceitar o prejuízo.

No caso concreto da água, alguns sectores do poder começam a lançar para a opinião pública a possibilidade de privatização da água, um bem essencial e precioso, cuja privatização os cidadãos teeem de impedir a todo o custo. Já basta a luta que teremos de travar contra essa camuflada forma de privatização, a que muitas autarquias deram cobertura, que são as concessões a longo prazo e que utilizam os mais perversos métodos de ameaça aos cidadãos, para impor a sua lei com a bênção dessas autarquias.

É contra isto que queremos travar batalhas, sempre em defesa dos cidadãos e este será certamente o nosso primeiro e grande enfoque.

Em resumo, tentaremos criar uma associação que tenha uma porta aberta para acolher, informar, acompanhar e ajudar aqueles que dela necessitem.

É isso que procuramos com a criação desta associação, a Associação MCP – Movimento de Cidadãos por Paredes”.

Como sabeis e isso faz parte da história, o 25 de Abril de 1974, trouxe a luz da Democracia e da Liberdade aos cidadãos deste País. Infelizmente foi uma luz ténue, ligeira e que rapidamente tende a desaparecer.

Julgo ser hoje inequívoco, que o grosso dos valores morais associados à Liberdade e à Democracia, são hoje coisa do passado. Não sei se a culpa disso é das secretas, da maçonaria ou da opus dei, ou outro qualquer tipo de organização, mais ou menos secreta. Uma coisa eu sei, a culpa não é nossa, meros cidadãos, ou melhor dizendo, a culpa não é do Povo. Vá lá, talvez tenhamos a culpa de votar sempre em quem não se importa connosco e com o nosso futuro.

Atrever-me-ia a dizer que a culpa central é dos partidos políticos. Estes não foram capazes de corporizar na sociedade, aqueles valores de 1974.

Não sei se será ir longe de mais, dizer que, hoje, os partidos políticos e o seu modo de organização, não deixam de ser “máfias legais”! Organizações que só olham para o seu interesse, e dos seus. Não restam dúvidas que para se chegar a um centro de poder qualquer, Nacional ou Local, é preciso ter o necessário cartão partidário de acesso. Estarei errado?

Não sou certamente o único a pensar assim. Até quem já esteve em diversas áreas do poder e com cartão partidário, pensa assim, apesar de lamentar que só o faça agora. Refiro-me a Miguel Cadilhe, que recentemente afirmou categoricamente que o estado do país se deve à omissão e/ou negligência do dever de gerir bem, aquilo que é o interesse público, referindo nomeadamente o Banco de Portugal e demais entidades reguladoras e os partidos políticos. Estará ele também errado?

Este cenário não é nada bom para nós, cidadãos, porque em última instância seremos sempre nós a pagar a dita fatura, a fatura da incompetência de gestão da coisa pública.

O Mundo apresenta-se hoje com uma dinâmica de mudança que nós não somos capazes de acompanhar e muito menos aqueles que estão no exercício do poder. O que hoje é, amanhã pode já não o ser!

É por isso mesmo, já que é o dito POVO que paga sempre as consequências da incompetência de quem manda, é por isso mesmo que digo que é chegado o momento de estes fazerem algo em seu favor e que lhes traga alguma protecção. A intervenção cívica e de cidadania, não deve ser só um direito que nos assiste, mas sim uma obrigação nossa, para com o próximo, em nome dos nossos filhos.

Para finalizar, diria que não gostaria nunca que alguém dissesse dos cidadãos de Paredes, aquilo que um determinado apresentador de um programa de entretenimento de televisão diz aos seus concorrentes: Cidadãos de Paredes, vocês são o elo mais fraco, ADEUS!"